Uma dádiva que nos é dada e muitas vezes não sabemos dimensionar seu valor, a alegria de ter amigos, de um dia de sol, a chuva que vem mansinha, o frio do inverno e a delícia de observar a geada caindo e que, no dia seguinte, deixa uma fina camada de gelo sobre a grama...tantas coisas boas, apesar dos problemas que, inevitavelmente aparecem.
Tem gente cuja primeira palavra que pronuncia ao iniciar uma frase é não.
Não vou.
Não quero.
Não tenho.
Não posso.
Pois é.
A convivência com seres assim torna-se extremamente cansativa e insalubre, pois o mau humor faz mal à saúde, arrisco-me até a sugerir que os mal humorados deveriam pagar alguma espécie de multa ou sofrer um tipo de sanção, embora eu creia que a maior penalidade para alguém de perfil lúgubre e sombrio seja a de não conseguir romper com seu casulo e sair por aí, borboleteando.
Uma lástima.
Uma pessoa assim, taciturna, talvez nem observe a beleza dos dias e das noites, nem saiba o movimento das marés ou a delícia de abrir uma lata de leite condensado e comer com uma colher de sopa, até sentir os cabelos repuxarem.
Que pena.
Aos que são casmurros tudo parece ser um fardo, um peso a carregar, um árduo caminho a percorrer.
Com seus queixumes, isolam-se e encerram-se em seu iglu, olham sem enxergar, ouvem sem escutar, falam sem emoção, andam por aí, arremedando fantasmas.
Lembrei do trecho de um poema, que começa assim:
Quem Morre?
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Os que estão de mal com a Vida, ensimesmados e permanentemente enrolados em seus próprios fios parecem desconhecer o significado da palavra viver.
Resumo da ópera: gente muy aburrida!
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