Quosque Tandem Abutere, Catilina, Patientia Nostra?
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Parte de um dos quatro discursos acusatórios pronunciados no Senado Romano pelo Cônsul Marcus Tullius Cicero - as Catilinarias, para denunciar a conspiração de Lucio Sérgio Catilina há dois mil anos, aplica-se, ainda hoje, às mais diversas situações da vida.
Mas nunca é tão bem empregada quando alguém está no auge da indignação.
E nada nos causa mais revolta quando constatamos que estamos sendo tomados por idiotas, que a realidade está, há muito tempo plantada bem diante de nossos olhos e insistimos em não enxergar o óbvio, que nossa boa fé vem sendo continuamente solapada.
Como é difícil para o ser humano desfazer os laços, soltar as amarras, deixar o que foi construído e cultivado, muitas vezes, por toda a vida, e recomeçar.
Um belo dia, ele olha intensamente para dentro de si mesmo e conclui que nada do que parece, é.
Dali para a frente, torna-se imperioso desfazer aquele verdadeiro nó górdio que o amarrou - e que ele, ingenuamente, ou não, ajudou a atar.
Questão de sobrevivência, questão de honra, questão de amor próprio, llámalo como quieras, pero es necesário salir a flote para poder (tentar)resgatar o que deixou de ser vivido, e usufruir o que a vida trará.
Respirar novos ares, observar outras paisagens.
A paciência, um dia, termina.
C'est fini!
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