sábado, 6 de agosto de 2016

Gente Invejosa

Como abomino gente invejosa!
Tipo assim, a pessoa não tem competência para realizar alguma coisa e fica  com uma raiva mortal daquele outro que, inobstante as dificuldades, vai em frente e realiza.
Fico fula da vida e, no fundo, triste, quando vejo um invejoso em ação.
Primeiro, porque sinto,  nitidamente, a inveja escorrendo dos seus olhos, tal qual uma baba.
Lamentavelmente para ele, o invejoso é traído pelo próprio olhar e, muito embora tente disfarçar, através de um sorriso falso, a inveja sentida vem à lume: os olhos tornam-se escuros, negros, opacos e estáticos.
Em segundo lugar, a tristeza me abate pois tenho a convicção de que o sol nasce para todos, mas o que decidimos fazer sob ele é problema exclusivamente nosso.
O invejoso, a toda certeza, viu o cavalo passar encilhado a sua frente e não montou.
Perdeu a chance de falar o que deveria ter sido dito naquele exato momento, mas deixou pra lá.
Precisava fazer uma mudança de rumo, mas se acomodou.
Por tais razões, sente uma raiva surda daquele que ousa sair de sua zona de conforto e decide desbravar,  trilhar um caminho novo e ir em busca daquilo que almeja.
O invejoso é um covarde, cheio de medos e achaques, que não tolera e muito menos suporta a força e a audácia de quem, somente, pelo fato de tentar, já merece crédito.
O invejoso não fala, rumina; não opina, agride; tem prazer em falar mal do outro, criticando incansavelmente, eis que ninguém é bom  e inteligente o suficiente, salvo ele próprio.
Penso que a grande saída para um invejoso contumaz é ir lá e fazer exatamente aquilo que a pessoa, objeto de sua inveja, faz.
Pois nisso reside, ao fim a e ao cabo, a inveja: a cruel constatação, pelo invejoso, de sua incapacidade, da sua preguiça, da falta de iniciativa, e a terrível certeza de que ele também poderia ter sacudido a poeira, para realizar um sonho e bancar um desejo e não o fez.
O destino do invejoso não é alvissareiro, eis que ficará só, com seu linguajar ferino e o fel que lhe é peculiar.
Digno de pena, no final, é o invejoso.
Será?
Não creio.
O invejoso sabe o que fala, e o que diz tem endereço certo.
Inveja não é doença, inveja é sinônimo de maldade.
O invejoso não merece perdão, mas o esquecimento e, este  último sim, é o pior dos castigos!