quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O Afeto Que Cura

Desde o diagnóstico, a cirurgia e seis sessões de quimioterapia, das quais já fiz quatro, tenho vivido tantas emoções e sensações distintas que passei meses sem postar absolutamente nada e, inclusive, sequer abri a página deste blog que criei com tanto carinho e desejo.
Para poupar meus leitores de ler coisas tristes e pesadas, pois era assim que me sentia e, não vou mentir, ainda me sinto, na maior parte do tempo.
Entretanto, com a proximidade do final do tratamento, estou me permitindo sonhar outra vez.
Há um sem número de pensamentos que vão e vêm, e neles, nos bons, estou me segurando.
Não tem sido fácil esta trilha que Deus me mandou caminhar.
Um caminho tão pedregoso e árido que, para atravessá-lo e chegar ao oásis, ao topo da montanha e avistar uma paisagem deslumbrante, à beira do mar e sentar e apenas observar o vai e vem das ondas é preciso coragem, força e muita, mas muita Fé.
Fé, com letra maiúscula.
A força do pensamento de mãos dadas com a Fé, com Aquele que nos criou, seus Santos, seus Anjos, com nossas crenças espirituais.
Bem difícil, mas fundamental.
Para conseguir, tenho me valido de terapia, de meditação, de lugares que me acalmam e, claro, de um calmantezinho fraco; não é o remédio de china velha que meu Pai tomava, mas tem me ajudado, e muito.
Como me disse o médico, uma muletinha.
Que procuro, valentemente, não tomar todos os dias, mas é preciso reconhecer que há dias e dias.
Estou em Porto Alegre desde o dia 7 de janeiro, desde o início do ano, portanto.
Nesse tempo, tenho contado com o apoio incondicional da minha Família, dos amigos, dos vizinhos, dos conhecidos e até de desconhecidos, como aquele motorista de táxi que, ao me ver tão acabrunhada,  me disse, ao final da corrida: Não fique triste, senhora. Ele, Deus, existe, e no final, dá tudo certo, acredite!
São pequenos milagres que nos acontecem e sequer nos damos conta.
É um Anjo que nos assopra, Deus está contigo.
É um amigo que não viamos há muito tempo e que surge, vem, nos abraça, nos diz com todas as letras um eu te amo muito, amiga!, segura nossas mãos, nos abraça outra vez, nos diz palavras positivas que nos impulsionam para a frente, que nos estimulam a continuar.
É o afeto que cura!
Sim, amigos, o amor é o mais poderoso de todos os remédios.
Sem AMOR, eu nada seria, nada!
E esse amor me tem sido dado, as pessoas que me cercam e até meus seres de luz o tem enviado, em forma de sonhos fugazes mas, nem por isso, menos intensos.
Eu não posso e nem devo ser injusta e mal agradecida, por isso não nomeio ninguém, mas os meus afetos sabem que estão, cada qual com sua parcela, construindo, dia a dia, lado a lado comigo, a minha cura.
E foram esses mesmos amores que me levaram, hoje, a abrir a página do blog e a publicar esta postagem.
A recomeçar a caminhar, mesmo de que forma lenta e gradual, sem a ajuda de muletinhas, mas sustentada pela Fé e pelo amor daqueles que querem o meu bem, que gostam de mim e que externam em palavras, gestos, mensagens e muitos beijos e muitos abraços, o seu afeto.
O afeto que cura!
Obrigada, amigos!!!