segunda-feira, 15 de julho de 2019

Pactos

Fiz alguns pactos comigo mesma.
Durante o tempo que julguei necessário, permaneci silente.
Um rico diálogo interior foi meu companheiro durante alguns meses, e meus queridos leitores reclamaram da minha ausência, fato que agradeço, pois demonstra o afeto que nutrem por mim.
Entretanto, não havia como escrever, pois eu estava imbuída em meu próprio resgate e, também, em observar o novo ser humano que emergia.
Para tal, foi necessário o silêncio.
 Este era de tal modo eloquente que, todos os dias, presenteava-me com coisas novas.
Uma delas era, (e é), sentar em algum lugar e escutar o som do vento.
Como diria Fernando Pessoa, " Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."
Sim, sem dúvida, poder escutar o vento é uma grande dádiva.
E a paz que ele traz consigo, inigualável.
Decorrência direta dos traumas vividos durante todo o ano passado e o impacto por eles causado, fato é que chega um dia de sua vida no qual você decide: quer estar em paz, ter sossego e não mais se incomodar e muito menos ser incomodado com questões de grande ou de pequena monta, ou de seja lá o quê for.
Você incorporou ao seu modus vivendi a prática do silêncio curativo, da meditação, a escutar sua própria voz, antes abafada por tantos ruídos e exigências da sociedade, sem falar daquelas autoimpostas.
Aprendeu que é libertador dizer não, e que de nada adianta tentar tapar o sol com a peneira, pois as verdades são como o sol.
A vida me obrigou a parar da pior foma possível - através de uma doença grave, e a rever todos os meus valores, sentimentos e atitudes para com os demais e para comigo mesma.
Necessária depuração, daquelas faxinas internas que fazemos em circunstâncias difíceis.
Limpeza e purificação da alma, um solitário e extremamente proveitoso exercício de autoconhecimento e de renovação.
Estabeleci novos conceitos.
E fiz alguns pactos:
Reverencio, diariamente, a paz.
Saúdo a alegria.
Celebro a vida.
E procuro honrar, muito, a nova oportunidade que Deus me deu!