sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Voando Por Aí...

Rio de Janeiro, adoro!!!

Maragogi, Alagoas.

Brincando...
Olhando o dia que vem vindo...
É só felicidade!
E lá vou eu...
...rumo às piscinas naturais.
É tanta beleza...

Eu lembro da moça bonita da Praia de Boa Viagem...

O Passado Que Assombra

Há dias em que o passado vem bater à nossa porta.
E é bom.
Outras vezes, ele chega sem ser convidado e entra, escancarando tudo,  abrindo janelas feito ventania no prenúncio do temporal.
E é péssimo.
O passado encerra o que somos.
O passado é um tempo que já foi vivido, mas que é tão presente...
Nas memórias afetivas, nas histórias que vivemos, nas marcas que nos deixaram e naquelas que também deixamos nos outros.
Há o passado alegre, dos momentos doces, da ternura sem fim, do colo, do afago, do amparo, da sensação de estar completa e nada faltar, dos dias que,  se olhados num conjunto, são uma tela colorida.
Também faz parte do acervo o passado negro, de outras trajetórias que não gostaríamos de ter percorrido.
Um e outro estão ali, dentro da alma.
Dependendo da situação, vêm à baila o passado fantástico, tão lindo que talvez  sido um sonho...
Ou o passado que assombra pelo excesso de feiura: ganância, inveja, traições e mentiras.
A grande sacada é buscar o equilíbrio e tentar conviver com os dois.
Ao deleitar-se com a viagem no tempo que foi de muitas alegrias, há que se estar  atento a que, embora aquele tempo não volte mais, o fato de ter existido serve como fonte de inspiração, bálsamo curativo, verdadeiro sustentáculo para as horas mais amargas.
A mera lembrança faz o sorriso voltar ao rosto, ainda que de forma tímida: sim, houve um tempo de amores!
Por outro lado, quando o vendaval do passado que assombra começa a soprar, ou encaramos, ou fechamos as janelas.
Há um tempo em que fazemos questão de enfrentar o passado negro;  se ele não vem  saímos atrás dele, para que aquilo que é tão doloroso nos dilacere até deixar a alma num estado deplorável.
Tempo, tempo, tempo...
O tempo nos mostra que, tão necessário como ir até o fundo do poço para ficar cara a cara com o passado que assombra, de fundamental importância para nossas vidas é saber - e conseguir voltar.
É um tour de force, uma luta entre luz e escuridão, avanço e estagnação, leveza e peso.
O passado bom pode vir e chegar, delicadamente, para tomarmos un té, o una copita de vino!
O passado que assombra, quando tentar entrar, dificilmente conseguirá: meu coração está em lugar de difícil acesso.














terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

As Praias do Rio Grande

Estão trucidando o jornalista Marcos Piangers  porque o camarada ousou falar (mal) das praias gaúchas.
Do nosso Litoral Norte.
Pois eu concordo com ele em gênero, número e grau.
Sejamos francos e respondamos às seguintes questões:
O nosso mar é cristalino? Via de regra, não. Em Torres, é. Em Capão da Canoa e adjacências, é chocolate.No máximo, acinzentado.Com muita sorte, encordoa uns quantos dias azul.
Água fria, praticamente gelada? Sim.
Tem repuxo? Sim
Tem buracos? Sim
Tem Nordestão? Sim
Tem esgoto a céu aberto? Sim. Bueno, isso, acho que em quase todas as praias brasileiras tem.
As ruas são cheias de buracos e alagam quando chove? Sim.
Você gasta todinho o seu dinheiro pra veranear quinze dias e chove doze dias? Simmmmm!!!
Salvo ir à praia de manhã com sua espreguiçadeira,  guarda sol, chimarrão e Zero Hora, tomar caipirinha, comer milho com muita manteiga e sal, um queijinho coalho com orégano e, à tarde, entupir-se de churros ou crepes ou sorvete ou croissant, caminhar pela orla - se não estiver chovendo, tem algum passeio, digamos assim, um tanto quanto menos tedioso pra fazer? Não! ( Saltar de paraglider não vale)!
Verdade ou mentira?
Então, a troco de que santo tanta indignação?
La verdad no ofende a nadie, dizia um amigo argentino.
Eu não me senti ofendida.
As críticas servem para possamos olhar melhor as coisas.
Avaliar.
Reclamar.
Exigir.
Sim, exigir.
Paga-se uma nota em tributos, cadê o retorno?
A cada ano melhora, isso também é verdade.
Só tem uma coisa, no nosso litoral, que não tem como mudar, não vai mudar nem em mil anos: o mar.
No mais, o que temos é um estilo de veraneio, um modo de passar as férias, os feriados prolongados...
Belos hotéis, excelentes restaurantes.
O que explica levarmos até seis horas para percorrer um trecho de 100km?
O que me leva a sair de Itaqui e dar uma puxada de quase 1.000km até Torres?
Nós gostamos!
É a nossa terra, é a nossa gente, é o nosso jeito!
E tão bom quanto poder desfrutar do mar de Maragogi (AL), que é lindo de morrer, é igualmente prazeroso arrumar as tralhas e partir, a caravana da coragem, de Itaqui a Torres, para  curtir  quinze dias de férias no nosso Litoral Norte.
Com Nordestão e tudo!!!










domingo, 8 de fevereiro de 2015

Pernambuco, Paraíso!

São dessas surpresas maravilhosas que de vez em quando acontecem e, pelo inesperado da coisa, nos tomam assim, desprevenidas e impossibilitadas de dizer não.
No final do ano passado, ganhei de presente de minha filha Marina uma viagem de oito dias.
Destino: Porto de Galinhas, Pernambuco.
Confesso que, a par da alegria imensa, levei um susto, minhas férias estavam planejadas há meses e nem de longe sonhava que seriam por aquelas bandas.
Torres, no Rio Grande do Sul, era o roteiro definido, sem qualquer alteração, e aquele pacote virou tudo de cabeça pra baixo.
A começar pelo voo.
De Porto Alegre ao Rio de Janeiro, do Rio ao Recife.
Total da brincadeira, 5 horas.
Não curto andar de avião, mas isso é papo para outra postagem.
Fato que é a mudança de rota, de estado e de horário ( não tem horário de verão em Pernambuco), cumulado com o fato de que eu estava indo pelas mãos da minha filha, não sabia nada sobre o hotel, a praia, os passeios, tudo isso despertou uma parte de mim há muito tempo adormecida: o gosto pela aventura, pela quebra total de antigas rotinas, pelo novo.
Um salto para o desconhecido.
Com esse espírito, arregle mi valijita e fui, a legítima que saiu sem lenço e sem documento, numa inversão completa de tudo o que havia programado.
O resultado, para tentar resumir oito dias de absoluta felicidade, foi o seguinte:
Um estado de espírito de permanente alegria mas, acima de tudo, de gratidão.
Quando vi o mar azul turquesa de Maragogi(Alagoas)diante dos meus olhos, as piscinas naturais, os corais, fiquei extasiada diante de tanta beleza.
Senti vontade de chorar, e chorei.
De puro contentamento!
Naquele momento, agradeci a Deus pela suprema ventura de poder estar viva, apreciando aquela paisagem de sonho.
Quando o barco saiu, singrando o mar de um azul inigualável, sem balançar, apenas levado pela brisa e, uma hora depois parou, e desci naquela água nem quente nem fria - perfeita, observando os peixes coloridos enroscando-se em minhas pernas, brincando, parece que riam, eles também, nada mais me fazia falta, eu seria capaz de passar ali horas e dias e semanas e meses e anos, sim, eu ficaria lá, de bom grado.
Quando andei de buggy, peito nu, cabelo ao vento, voltei a ter 13, 14 anos, e curti muito aquela sensação do sol queimando minhas costas, meus ombros e, a nossa frente, uma estrada que levava em direção ao mar, ao mar escandalosamente azul, transparente.
Meus amigos, através destas pequenas linhas quero dizer a vocês o seguinte: sair da nossa zona de conforto, mudar, ir até mares nunca dantes navegados é altamente prazeroso e revigorante.
Foram oito dias desligada do mundo, de tudo e todos.
Disparado, as melhores férias da minha vida.
Marina soube escolher, à perfeição, o horário dos voos, a pousada, os passeios, tudo funcionou muito bem!
Na hora de voltar, o coração ficou tão apertado que, em pleno aeroporto do Recife, sentei num cantinho e chorei: não é fácil deixar para trás o Paraíso!





Domingo de Sol

Um domingo perfeito, de céu azul , brisa suave e, a título de música, somente o canto dos pássaros que, diga-se de passagem, é o som que combina com a beleza do dia que se descortina, preguiçosamente.

O Céu Lindo Do Meu Itaqui!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O Benefício da Dúvida

Muitas vezes, as pessoas inventam histórias.
Ou, se tem alguma, aumentam.
Distorcem fatos ou falas, tecendo ilações que jamais existiram.
Alteram o contexto - e não posso crer que não seja um ato proposital, com o intuito de causar mau estar e destruir.
Acusam  e apontam o dedo, sem dó nem piedade.
Por seu turno, o que escuta aquilo que lhe chega aos ouvidos, tomado pela surpresa, engole aquela suposta verdade como se a mesma fosse absoluta.
Não concede ao outro o benefício da dúvida, isto é, deixa de fazer ao acusado a  mais singela das perguntas:  foi assim mesmo, como me está sendo contado?
Por tais razões, amizades antigas, de anos, que muitas vezes remontavam à infância, terminam.
Famílias se separam.
Parentes se afastam.
Porque alguém que, a toda certeza, não tinha coisa melhor a fazer que criar uma determinada situação foi, falou o que bem entendeu, e fim.
Terra arrasada.
Colocou o ponto final.
Já vi esse filme, por isso falo de camarote.
E não foram poucas as vezes em que pensei, até a cabeça doer, na razão que teria levado aquelas pessoas a acreditar , em primeira mão, na versão que lhes foi apresentada.
E a não me concederem o benefício da dúvida.
Por que?
Afinal, eram pessoas com as quais eu mantinha laços de afeto de longa data.
Pessoas que eu amava.
E como me fizeram falta!
Refiz os dias, as semanas, os meses, os anos em busca de repostas, atrás de algum ato falho, de uma palavra mal posta, inconveniente.
Talvez essas pessoas fossem de uma tal soberba que não teriam como descer de seu pedestal e manter um diálogo franco e branco, quebrar os pratos, rebentar tudo, cara a cara, não assim, na surdina, no silêncio, na indiferença.
Não assim, aceitando a primeira pseudo verdade que lhes foi apresentada.
Agora, passados muitos e muitos anos, e como o mundo é redondo e nada fica nos cantinhos, aconteceu um fato engraçado.
Um desse fantasmas ressurgiu das cinzas.
Apareceu como se nada tivesse acontecido, e sem dar nenhuma explicação, como se o tempo não tivesse passado.
Como se o tempo em que estave  longe e sequer lembrava que eu existia tivesse, por arte de mágica, se apagado.
Ao me deparar outra vez com aquela pessoa que veio, sorridente, me abraçar, todos aqueles anos de afastamento, cuja razões eu nunca soube, vieram à tona.
Retribui o cumprimento.
Sorri apenas com os lábios;  meus olhos, que são o retrato da alma, refletiram um misto de nojo e desprezo e sepultaram, em definitivo, a mínima chance de retorno.
Como diria Ibrahim Sued, ademã, que eu vou em frente!


















segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pijama Velho

Quem é que não tem um pijama velho, um langanho, aquele que quase fala?
A gente tem!
Guardado no fundinho da gaveta, que é para que ninguém veja mas, nas horas solitárias ou naqueles dias em que precisamos de algo que nos conforte,  o pijama velho sai à baila.
E como é bom!
Lembrei disso -  algo tão inusitado para uma segunda feira de fevereiro com um calor de 40 graus como, costumo dizer e repetir, somente em Itaqui sabe fazer porque, apesar do sol e da tentação de cair na água, hoje foi preciso recolher os flaps.
Uma tarde de repouso forçado.
E o sol brilhando lá fora.
Acontece que, via de regra, costumo esquecer que tenho 5.3 e faço coisas e loisas que seriam mais apropriadas a alguém de 20 anos, por exemplo.
Minha natureza inquieta não me deixa ficar apenas olhando a caravana passar, muito menos  observando, mera espectadora.
Não dá.
Por essas e outras, ocorre que, cedo do domingo já fiquei em função de minhas plantas, que adoro, puxa pra lá, muda pra cá, e assim passei boa parte da manhã, não sem antes ter saboreado aquele matecito especial escutando os sons do dia, o que é um verdadeiro espetáculo: pequenos pássaros, vento suave nas folhas das árvores...sempre a mesma coisa, mas de uma magia ímpar.
Logo depois, a água me convidou e não resisti como, aliás, nunca resisto, eis que sou louca por água.
Fato é que nadei muito, pulei muito, a criança grande entrou e saiu várias vezes da piscina e, não satisfeita com isso, resolvi correr, para cair na água outra vez.
Uma farra e tanto.
O resultado veio na forma de uma dor incômoda e persistente que começou cedinho e, à tarde, só fez aumentar.
Não tive remédio a não ser cancelar meus compromissos e dar um tchau para o sol e para o calor do verão: cama, meu corpo gritava.
Movimento, eu respondia.
Quietude, ele insistia.
E levou a melhor.
Sem saída, abri a gaveta e, de lá do fundinho, tirei o pijama velho.
Ele quase sorriu para mim, debochado, ah, só lembra de Santa Bárbara quando troveja, né...
Engraçado... colocar o pijama velho, que é de algodão e é tão suave e macio que não esquenta, não aperta, só acaricia, foi quase uma cura.
Ali ficamos, os dois, o pijama velho e eu, num diálogo altamente profícuo, ele, como um bom amigo, aconselhando-me a não cometer tais excessos, eu, escutando, agradecida.
Fiquei de molho um bom par de horas, tentando melhorar,  até que decidi sair por aí, com dor e tudo.
O pijama velho lançou-me um olhar de soslaio, deu um suspiro resignado...
E voltou para o fundinho da gaveta!