segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Outra vez, é Primavera!

Depois de um tempo fora,  período que entendi necessário para conseguir lidar com questões de difícil trato, eis-me aqui.
Eu sei que neste mundo virtual a medida do tempo é feita de forma instantânea.
Paciência.
Antes de mais nada, agradeço a minha meia duzia de fãs de gatos pingados que, insistentemente, me cobravam postagens, fato que me deixa feliz.
Mas a minha escrita é assim, geminiana como eu: dias em que está a fim, horas em que se recolhe para elucubrações e movimentos internos.
Refugia-se em algum lugar onde o acesso está interrompido e somente os pensamentos podem entrar, estes últimos nem sempre bons.
Pesados, tristes, lúgubres e sem encontrar a porta de saída, perdidos em labirintos escuros.
Em nada combinavam, tais pensamentos, com minha forma de encarar a vida.
Entretanto, há momentos em que precisamos mergulhar e ir até o fundo, onde há areia, ou sedimentos, ou pedregulho.
Ou o nada.
Ou o vazio.
Mas a descida é inevitável, um processo onde não há controle e nem deve haver, pois para que possamos novamente ver a luz,  é necessário mergulhar nas profundezas.
Desnuda-se a alma, sente-se o frio da incerteza, da falta de respostas, das indefinições.
E a gente segue descendo, de início distanciando-se da luminosidade, que está logo ali, acima, mas continuamos a descida rumo às respostas que desejamos ter, ou ver.
Há um momento libertador em que, chegados ao final dessa trajetória, há dois caminhos: permanecer no escuro, ou buscar a luz.
Esse tempo de reclusão e de busca, de auto conhecimento foi fundamental para mim.
Divisor de águas.
Muito mais fácil seria permanecer em minha zona de conforto, sem questionar nada,  contentando-me com a falta do riso escancarado, da alegria.
Mas quem disse que a vida é fácil?
Quem afirmou que viver não implica desafios constantes, e uma coragem que muitas vezes não temos e nem sabemos de onde tirar?
Eu, quando me deparo com situações complexas, me recolho.
Recolho-me a minha insignificância.
Vou até o fundo do poço, desço, me rebento toda, me debato com um sem número de fatos, com uma lista de cobranças internas as quais somente eu tenho acesso.
Como disse, esse processo faz parte do meu "eu".
Não sei vivenciar mudanças apenas movimentando móveis e adornos, pois o primeiro movimento há de ser - e é, o interior.
Feito isso, zeradas as pendências, retorno.
E, não por acaso, findou o inverno e começou a primavera.
As estações do ano, neste ano, me acompanharam.
Após um outono gris e um gelado inverno, volto na estação das flores, onde tudo renasce e floresce novamente, sob a luz mágica do sol.
Minha alma e meu coração reencontraram-se outra vez e,  ao olhar para trás, dou-me conta do quanto caminhei e do esforço que fiz para nadar, nadar, e chegar outra vez na praia.
Por que sou assim: " aprendi, com as Primaveras, a me deixar cortar, e voltar sempre inteira."
Então, queridos leitores, me aguardem, pois muitas histórias virão por aí.
Um beijo em cada um de vocês!





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