segunda-feira, 16 de abril de 2018

Sincronias

A gente conversa com uns e outros e todos são unânimes quando afirmam que nada é por acaso.
Nesta minha jornada em busca da cura tenho experimentado sensações dignas de nota, e o objetivo de por no papel as vivências desses dias difíceis é dividi-las e quem sabe poder ajudar outras pessoas, ainda que de uma pequena maneira.
O corpo físico fica decrépito, feio, sem viço, sente os traumas.
O espírito, entretanto, embora acabrunhado num primeiro momento, logo se reergue, apoiado em nossas crenças, na fé que nutrimos e alimentamos dia após dia, mesmo naquelas horas negras em que só fazemos chorar.
Duvidar do poder Divino, jamais!
Assim aconteceu comigo, e faço este relato para que fique gravado:
Internada para exames pré operatórios uma semana antes da cirurgia, vivi dias tristes,  cinzentos, onde sentia um profundo desespero e uma vontade infernal de cortar a pulseira de identificação de paciente e sair em desabalada carreira rumo à liberdade.
Que liberdade? Eu estava doente e precisava permanecer ali.
Não tem plano B,  me disse uma amiga.
Verdade.
Não havia escapatória.
Das janelas amplas do corredor do andar onde eu estava olhava a rua, de uma lado, e a parte interna do hospital, do outro lado.
Decidi me exercitar.
Subia e descia a escada entre os andares, várias vezes ao dia.
Olhava pelas janelas e agradecia a Deus por mais um dia, por estar sendo cuidada, por ter bons médicos,  pela minha disposição de lutar e de vencer, pois se não havia plano B para sair dali, tampouco eu pensava em outra coisa que não a cura completa.
Lutar e lutar até vencer.
Lembrava de meus avós e de suas vidas, de meus tios e tias, de meu Pai e de minha Mãe, e pedia forças.
Pedia e pedia, pois acreditava, e acredito.
E fui atendida, regiamente recompensada.
Refiro-me, aqui, às sincronias que aconteceram.
Havia uma enfermeira que olhava para mim e sorria. Sentia pena, eu sei, pois ela via  meu sofrimento.
Certa noite ficamos no corredor conversando abobrinhas e, a certa altura, ela me perguntou: de que signo tu és?
E eu: de gêmeos.
E tu?
Sou do dia 21 de junho.
Amigos, 21 de junho era o dia do aniversário de meu avô paterno, Atílio.
Na hora, pensei, e falei a ela: meu avô Atílio está aqui, me dando força através de ti.
E ela: nada é por acaso...
Na véspera de um dos tantos exames que fiz passei uma noite insone, a tal ponto que desisti de tentar dormir e fiquei recostada na cama, esperando o dia chegar, mas num certo momento cochilei, e sonhei, vi, e senti:
Recostado sobre a janela do quarto, em pé, olhando para mim estava Emanuel, com suas vestes brancas.
Olhava, sério, e não dizia nada, mas estava ali.
Logo após,  meu grande e amado amigo Michel Ayub, que não está mais aqui há mais de vinte anos surgiu ao  lado e, rindo, me disse, " não te preocupa com isso, tu não tens nada, que bobagem, ficar preocupada", e continuou rindo, a tal ponto que senti um sopro de ar morno em meu ouvido direito.
De fato, meu exame do dia seguinte não apresentou nenhuma alteração, tudo certo.
Estava liberada, e teria que retornar em dois dias para a cirurgia.
Já em casa, minha filha Marina me presenteou com uma sessão de Reiki e lá fui,  feliz da vida, pois estar no espaço de terapia alternativa de minha querida amiga Renata Duarte é uma bênção e um luxo.
Ao término da sessão, ela encerrou com a Oração de Proteção a São Miguel Arcanjo.
Fiquei tão impressionada com seu conteúdo que fui pesquisar e, por óbvio, também passei a rezar e a pedir por sua intercessão.
São Miguel Arcanjo, o Príncipe das Milícias Celestes, o Guardião do Paraíso, o Anjo mais próximo a Deus, invocado para por quem necessita de cura e de força para enfrentar uma dura batalha, cujo nome, em árabe, é Michel...e o meu amigo Michel era árabe...
Emanuel, que significa " Deus está conosco"...
E, já no bloco cirúrgico, veio falar comigo o anestesista, e me contou que é uruguaio e eu disse a ele que minha Mãe era argentina e ele, prontamente, me abraçando, começou a cantarolar uma música que ela cantava para mim quando eu, criança, me machucava ou ficava doente: sana sana, culito de rana, si no sana hoy sanará mañana.
Não tive como não pensar que, com milhares de anestesistas, me tocara justamente aquele, que cantou para mim uma musiquinha infantil em espanhol, a língua materna...
Estaria minha Mãe ali comigo, sabendo de toda minha aflição e medo?
Esses fatos aconteceram comigo e hoje, quatro dias após a cirurgia, considerada um sucesso pelos médicos, estou em casa me recuperando, me recompondo e, mais do que nunca, firme em minha fé em Deus e em seus Anjos e Santos, em meus seres de luz que, de uma ou de outra forma, se fizeram presentes nos momentos mais duros da minha vida.
Realmente, queridos amigos, nada é por acaso!






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