sábado, 9 de fevereiro de 2019

Não Me Entrego

O título reflete bem o meu sentimento de hoje.
Notem bem, falei de hoje.
É, porque ultimamente andei dando uma ré, entrando outra vez naquele túnel escuro do qual me vangloriei de ter saído, mas os dias me mostraram que as coisas não seriam assim, tão fáceis.
Aliás, eu já constatei que pra mim, nada vem de mão beijada, nada corre sobre rieles, isto é, sobre trilhos, deslizando.
Nada disso.
Tudo é muito suado e às vezes sinto-me um estivador, carregando sacas que são pesadas demais, e por isso me insurjo.
Fico com raiva.
A grama do vizinho sempre é mais verde.
Será?
Claro que não.
A vida não transcorre sem percalços.
Entretanto, é bom que se diga que esta força que detenho foi, única e exclusivamente, forjada por mim mesma.
De que me quejo, entonces?
Pois eu mesma lapidei esta rocha, legado que recebi de meus antepassados Fernández e Mondadori, sangue argentino e italiano misturados, com suas histórias de muitas lutas, mas também de inúmeras vitórias.
Assim sendo, fui buscar, saí atrás da força outra vez e, como diz a música de Mercedes Sosa, hice un nudo en el pañuelo, pero me acordé despues, que no fue la única vez, y segui cantando.
Sim, queridos amigos, basta já de recordar datas e fatos tristes.
Hoje faz um ano que recebi o diagnóstico que mudou minha vida.
Mas passou.
Terminou.
Deus me deu uma nova chance de fazer valer o que há de mais sagrado em mim, que é honrar tudo o que herdei, o muito que aprendi, e  agradecer a todos os que me deram suas mãos, e aqui, repriso, não nomeio ninguém para não incorrer no pecado da ingratidão, pois foram muitos.
Um novo tempo, de recomeços e de descobertas.
E para a alegria de muitos e, talvez, para a decepção de poucos, que já me viam estirada no campo de batalha, informo: não, não me entrego!
Mas não me entrego mesmo!!!



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