quarta-feira, 1 de abril de 2015

Rata de Praia

De onde virá esta minha fixação pelo mar?
Simples:  tinha apenas cinco anos quando, pelas mãos de meu Pai,  vi o mar pela primeira vez.
Foi em Piriápolis, no Uruguai. Uma praia com um mar sem ondas, como se fosse uma grande piscina, de cor esverdeada e temperatura cálida, areia fofa e muito quente e uma costanera fantástica.
Estávamos a uns 40 km de Punta del Este, então, em um dia qualquer, rumávamos para lá.
Destino, Playa Mansa e, depois, La Brava.
Foram dias simplesmente fantásticos, aqueles.
Saíamos de Itaqui no carro do meu Pai, um Opala branco com capota preta, zerinho, presente de Natal para minha mãe, que ia com ele no banco da frente e, atrás, meu irmão Caito e eu.
Comíamos sem parar durante todo o trajeto, pernoitávamos já no Uruguai e, no dia seguinte, bem cedinho já estávamos novamente na estrada.
A gente chegava em Piriápolis por volta de 10, 11 da manhã e era só o tempo de abrir a mala, colocar o biquíni e sair, hotel afora, rumo ao mar.
Foram anos e anos fazendo isso, praticamente toda minha infância.
Lá estavam também minhas tias maternas, Maria Luíza e Alba Mercedes, minhas primas argentinas e alguns amigos de meus pais.
Fato é que, à mesa do restaurante escolhido para o almoço ou para o jantar reuniam-se 15, 20 pessoas.
Uma festa!
O veraneio durava, em média,  trinta dias.
Trinta dias de pura beleza, alegria, sem relógio, sem nada, onde o único compromisso era o de gozar a vida e desfrutar as belezas e delícias do mar.
Então, quer me ver muito triste e aborrecida é eu não poder ir à praia durante o verão, aliás, férias, para mim, é sinônimo de praia no mês de janeiro.
É, tem mais essa, tem que ser junto ao mar, tem que ser no mês de janeiro.
Este ano, lá em Pernambuco, voltei a sentir a mesma alegria dos veraneios dos tempos de criança.
Naquele lugar fantástico não havia a menor possibilidade de se pensar, nem remotamente, em algo ruim ou triste.
Águas cristalinas, mornas, areia fininha, brisa suave, sol forte, céu escandalosamente azul...será que precisa mais alguma coisa?
Para mim, não.
Naqueles dias, egoisticamente falando, não senti falta de nada e nem de ninguém, pois a magia do lugar era tão arrebatadora que supria tudo.
O inverno nem começou e já estou suspirando pela praia.
Que venga janeiro de 2016!!!

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