sábado, 12 de abril de 2014

Quosque Tandem Abutere...

Quosque Tandem Abutere, Catilina, Patientia Nostra?
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Parte de um dos quatro discursos acusatórios pronunciados no Senado Romano pelo Cônsul Marcus Tullius Cicero - as Catilinarias, para denunciar a conspiração de Lucio Sérgio Catilina  há dois mil anos, aplica-se, ainda hoje, às mais diversas situações da vida.
Mas nunca é tão bem empregada quando alguém está no auge da indignação.
E nada nos causa mais revolta quando constatamos que estamos sendo tomados por idiotas, que a realidade está, há muito tempo plantada bem diante de nossos olhos e insistimos em não enxergar o óbvio, que nossa boa fé vem sendo continuamente solapada.
Como é difícil para o ser humano desfazer os laços, soltar as amarras, deixar o que foi construído e cultivado, muitas vezes, por toda a vida, e recomeçar.
Um belo dia, ele olha intensamente para dentro de si mesmo e conclui que nada do que parece,  é.
Dali para a frente, torna-se imperioso desfazer aquele verdadeiro nó górdio que o amarrou  - e que ele, ingenuamente, ou não, ajudou a atar.
Questão de sobrevivência, questão de honra, questão de amor próprio, llámalo como quieras, pero es necesário salir a flote para poder (tentar)resgatar o que deixou de ser vivido, e usufruir o que a vida trará.
Respirar novos ares, observar outras paisagens.
A paciência, um dia, termina.
C'est  fini!


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