quarta-feira, 23 de abril de 2014

Supermercado Mimimi

Numa das minhas tantas idas ao Portinho,  precisei ir ao super.
Até aí, normal.
Cheguei num estabelecimento lindo, enorme, enfeitado, bá, espetáculo de supermercado.
Como boa interiorana, comecei a andar calmamente pra lá e pra cá, sem pressa alguma, afinal, tinha tantas coisas para ver. O povo passava  apressado por mim e eu, nem boletas, só desviando com o carrinho vazio.
Não me deixei impressionar, e continuei meu lento caminhar por aquele sem fim de prateleiras, observando tudo.
Aliás, observar pessoas e objetos é um dos grandes prazeres que sinto quando estou no Portinho, mas isso é outro papo.
Seguindo na função do super, parei na padaria, of course, e pedi, sorridente, " dez pãezinhos, por favor".
A pessoa que me atendeu não estava em seus dias. Nem uma palavra, nem uminha palavrinha, nada! Apenas ensacou os dez pães e, estendendo o pacote através do balcão, olhou para o lado e bradou:
 " próximoooo".
Credo!
Aquilo me espantou, viu, acostumada que estou a chegar no Supermercado Duda, onde sou tratada a pão de ló, sempre recebida com atenção, carinho e o sorriso do pessoal da padaria, que me pergunta " que vamos levar hoje? ", me entregam o pacote com um" obrigada, volte sempre", ninguém acha estranho se perambulo de um lado para o outro, se paro no meio do caminho porque encontrei algum conhecido e fico conversando, todos, todos tratam a gente muito bem.
Refeita do choque, comecei a pensar seriamente em sair dali  e fui em direção ao caixa.
A menina que atendia deu um resmungo: dinheiro ou cartão? e falou tão baixo que não deu para ouvir. Perguntei: como? O mesmo resmungo, dinheiro ou cartão? desta vez, com certa impaciência na voz.
Aí, fui me emburrando. Fechei a cara. Ué, sais, mas afinal de contas...Dinheiro, falei.
A medida que as coisas iam passando, ela começou a abrir freneticamente as sacolas plásticas, plá, plá, plá...
Esperava que eu guardasse as compras.
E é claro, é " ovos", como diz minha amiga Vera, que não guardei, minha porção matuta do interior que até então se resguardara aflorou e, propositalmente, encostei-me no balcão e cruzei os braços.
Ela me olhou, fula da vida, porque viu que eu não ia guardar nada. Eu olhei pra ela, fula da vida, fuzilando com os olhos, avisando que sim, ela estava certa, eu não ia guardar nada. Afinal, aquela tarefa era dela que, além de mal educada, pretendia transferir para mim um trabalho que não era o meu.
Conclusão:
Enquanto transcorria aquela cena, eu pensava: mas que supermercado mimimi, isto é, metido a besta, cheio de noves fora zero, atulhado de coisas e loisas, todo politicamentiiiii corrréééétooo, mas em matéria de atendimento, te devo e truco!
Passei a mão nas sacolas e não me contive: " francamente, que horror isto aqui!!!
Fui para a fila do táxi caindo e levantando e ali, naquele momento,  senti uma saudade louca da minha cidade, do meu Itaqui, do super que não é meu mas é onde me sinto em casa, onde levam, pasmem, levam minhas compras até o carro, um luxo de atendimento!
Supermercado mimimi do Portinho, never more!









Nenhum comentário:

Postar um comentário