quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sinceridade Rude

Não pretendia me manifestar sobre o brutal assassinato do inocente de Três Passos, porque tenho opinião formada sobre certas coisas e essa mesma opinião desagrada profundamente os que gostam de passar a mão na cabeça de bandido, acham que quem comete um delito gravíssimo tem todo o direito de receber visitinha e ficar fazendo crochê e fabricando cesta de jornal amassado e que nós, daqui de fora, temos obrigação, sim senhor, obrigaçãoooo de ir até lá, amaciar a fera. Sei que isto é algo extremanete polêmico e possui correntes de pensamento e as mais diversas teorias, mas esta opinião é a minha. Quem se sentir incomodado, que pare de ler ou vá procurar no Google " batatinha quando nasce, esparrama pelo chão".
Sinceridade rude, como expliquei, já no título.
Calar, numa hora destas, é omissão, é medo de botar pra fora o que todo pai e toda mãe que se preze está sentindo: nojo, raiva, indignação. E não sou de me calar e muito menos de ficar quieta e ainda menos de seguir a corrente dos que fingem que não é no seu quintal que a merda foi cagada, e fingem, apenas fingem que está tudo bem obrigada, e que, afinal, nada se pode fazer, não foi na nossa cidade, não pertencem ao nosso círculo social, são pessoas que não conhecemos, então, calam-se.
A sociedade, como um todo, tem que verbalizar seu desprezo por tão ignóbil ato. Ao menos isso.
Estas leis frouxas, essa moda que vem sendo adotada de uns tempos pra cá, de vitimizar o bandido, de
tentar tapar o sol com a peneira, sinceramente, não creio que isso sirva para melhorar ninguém que cometeu um ato bárbaro. Tenho certeza que um tarado desses, depois de uma entrevista ou da  visita de algum  ser abnegado, deve rir. Rir muito.
Não acredito no arrependimento de monstros, nem em suas lágrimas de crocodilo, não mesmo!
Notem bem,  não estou criticando o trabalho que tantas pessoas desenvolvem, de forma alguma. Louvo-as e até invejo, porque jamais teria essa paciência, essa pureza de alma, tanto desprendimento, não adotaria uma atitude assim. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura, diz o ditado. Só que, para determinado tipo de gente, não tem reza no mundo que resolva.
Há crimes e crimes.
Talvez para aqueles de menor potencial ofensivo funcione.Talvez.
Agora, tentar ajudar essa trinca de monstros que arquitetou friamente a morte daquele pobre gurizinho de apenas 11 anos, valha-me Deus. Sou contra, radicalmente contra.
Sim, porque arquitetaram, pensaram, pesaram, mediram.
Confabularam.
A trinca maldita deve ter se reunido diversas vezes e não tenho a menor sombra de dúvida que a sentença de morte do inocente foi prolatada dia 11 de fevereiro deste ano, imediatamente após a famigerada audiência de "tentativa de conciliação". Mas de que conciliação me hablas? O pobre guri andava pra lá e pra cá - ninguém via isso? Viam, claro, só que não levavam a sério. Não queriam se envolver. Evidente que, após a audiência, o trio de facínoras de reuniu e bateu o martelo: esse daí, só matando, pra parar de incomodar.
Todos tem direito a defesa?
É, " dizque"...así dicen los muchachos.
Gente que faz o que o trio de vagabundos fez com esse garoto indefeso não tem.
Não tem!
Que direito teve o pobre inocente?
Nenhum.
Fazia anos que pisavam, solenemente, no meio da cara daquela pobre criança.
Como ele pode se defender?
Não pode!
Aliás, esta noite, na qual perdi o sono e andava pela sala pensando nessa vítima da barbárie humana, como se meu parente fosse, cheguei a rezar e pensei, " tomara Nossa Senhora tenha protegido esse inocente e ele não tenha se dado conta do que vinha pela frente".
Tomara.
Mas, pouco provável.
O guri era esperto, atilado.
Vão omitir certos detalhes e é bom que omitam mesmo, sob pena de a população invadir o local onde estão os três vagabundos e linchá-los.
A gente fica se peguntando, como pode um cara que é médico, a outra, enfermeira, a outra assistente social, como, como?
Respondo:
Isso é o resultado de um ódio antigo, beeeeem antigo.
Ódio nutrido e alimentado pela camarada enfermeira que, logo após a morte da mãe do guri, " prontificou-se" para cuidá-lo - então tá...e mais depressa ainda, casou com o pai do garoto. Ódio nutrido pelo pai em relação à ex mulher, pela partilha dos bens.
Ódio cozinhando em banho maria e fogo baixo durante anos.
Loucos por dinheiro, pelo vil metal pior que peru por merda.
Um dia, o ódio eclodiu.
O trio de facínoras começou a urdir desde a fatídica audiência, no me cabe duda.
Como dizia meu professor de Direito Penal, quem perde é o morto, o resto do povo, sacode daqui e dali, termina por se ajeitar.
Ele, a vítima inocente, ele não.
Por isso me revolta  tanta condescendência com bandido.
Se meia dúzia mofasse na cadeia e outra meia dúzia apanhasse até ficar aleijado, quem sabe pensassem melhor antes de cometer atrocidades.
Enfim, o que sobra é um gosto amargo na boca da gente, e aquela sensação terrível de impotência, mesmo morando longe, mesmo sem saber quem são, mesmo sem conhecer.
Mataram uma criança indefesa e inocente.
Choremos por ele.
A Justiça, infelizmente, neste caso(como em tantos outros), não vai servir de consolo.












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