terça-feira, 25 de março de 2014

Caravana da Coragem

Tinha cinco anos quando avistei o mar pela primeira vez, na Praia Brava, pela mão de meu Pai e, durante o ano todo, ficava sonhando com os dias que antecediam o veraneio, e assim é, até hoje.
Estar perto do mar, ir à praia, pra mim, é questão de sobrevivência, e explico aos meus amados amigos que, na condição de moradora da Fronteira Oeste onde, no verão, 45 graus é coisa habitual e corriqueira, avistar aquela imensidão azul e sentir a brisa que sopra todo final de tarde é de deixar a alma de qualquer cristão louca de faceira.
Meus preparativos começam lá pelo mês de setembro, quando os primeiros raios de sol um pouco mais forte se fazem sentir, a temperatura ainda está amena, e se pode planejar a viagem, que costumo chamar de " a caravana da coragem",  com calma.
Trabalho o ano inteiro para desfrutar por tão somente 10, 12 dias, as delícias de ficar num dolce far niente, estirada como um lagarto ao sol, sim, sim, eu sei que sou extremamente politicamentiiiii incorrréééétaaa, mas  não uso filtro solar fator 50, não.
Levo Rayito de Sol, um bronzeador argentino que existe há uns 50 anos, mais ou menos, e que me deixa com uma cor fabulosa, até porque uma das grandes alegrias de ir a praia é você voltar com aquele bronzeado de quem passou uma temporada no Saara e ver que suas amigas estão um tantinho mais brancas que você.
E não adianta mentir que não é assim, porque é, que jogue o primeiro tubo de bronzeador a mulher que não adora exibir seu bronzeado pra outra.
Como eu dizia, me viro mais que bolacha em boca de velho durante o ano todo para sair de férias e ir daqui até a praia carregando, na mala, dois chinelinhos, uns vestidos, bermuda, camiseta e fim de linha. E, claro, meu inseparável tubo de Rayito.
Ao raiar das 6 da manhã parte a caravana da coragem, porque dispor-se a viajar 900 km,  sair da sua zona de conforto, do seu pátio, da sua piscina, do dia a dia bem certinho dentro do vidrinho não é lá tarefa muito fácil, mas eu vou, eu vou, pra praia agora eu vou, e nada me ataca.
Afinal, eu me mando: a preguiça, o desejo de ficar em casa muito bem instalada, a distância, ficam  me assoprando, uns três dias antes da viagem: " não vai, bobalhona, fica; olha que pode chover durante os 12 dias, hem; olha que o trânsito atééééé láááá é infernal; olha a trabalheira de arrumar a mala, acomodar os gatos, contratar o guarda, tanquear o carro, calibrar pneus... ufaaaa - muito melhor é ficar por aqui, mesmo!"
Ahhh, mas não me rendo, por mais que essas vozes fiquem me cutucando, eu vou. Eu vou para Maracangalha, com ou sem a Nalha, mas eu vou!!!
E, à primeira visão do mar, faço o que já se tornou um ritual: sento quietinha, sentindo a areia sob os pés, e deixo-me ficar, e a única palavra que me vem à cabeça é: Obrigada!
Sentimento de gratidão por estar ali, no lugar que adoro, com as pessoas que amo, fazendo uma das coisas que mais gosto na vida, que é estar junto ao mar.
Por isso, cada vez que parte a caravana da coragem, estrada afora, sempre penso: lá no final do caminho está teu pote de ouro.
E, já na estrada avisto, sempre, um arco íris lindo à minha frente!

P.s. Ao meu fã clube de  meia dúzia de gatos pingados que ontem reclamou que não postei nada, seguinte: meu final de semana foi algo do tipo Sábado de Aleluia, se é que me entendem...muita corrida de 22 Km, por isso, ontem, tirei o dia pra descansar a beleza e cuidar da pele!
Beijos, até mais ver, fuiiii!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário