quarta-feira, 28 de maio de 2014

Paseo Porteño

Começa o frio e dá uma vontade louca de ir até Paso de Los Libres, subir num Flecha Bus e amanhecer em Buenos Aires, la Capital Federal, como dizem os argentinos.
Por mais que passem os anos e apesar das consecutivas crises econômicas que assolam a Argentina -  a gente vê os portenhos com seus sobretudos elegantes, mas antigos, quase que puídos, mas sem perder o garbo e a pose que lhes é peculiar, as ruas sujas, os cafés meio decadentes, o frio cortante que gela os ossos e o vento que sopra nas esquinas, Buenos Aires não perde seu encanto.
Ao menos para mim, filha de argentina e com a metade da família morando do outro lado do Rio Uruguai, criada nas cidades onde a parentela residia, começando por Alvear e seguindo para Apostoles e Posadas e, pelo outro lado, Concórdia e Buenos Aires, basta ouvir a primeira palavra dita em espanhol e pronto, está feita a magia, sinto-me em casa.
Programa maravilhoso é poder circular por Florida com suas lojas, caminar por Santa Fe y  9 de Julio,   ou até a Recoleta ou Palermo, parando pelo caminho para saborear un té con leche y medias lunas de sabor inigualável, almoçar nos tantos restaurantes que se apresentam, a cada meia quadra, com um atendimento impecável, e pedir una milanesa com papas fritas ou purê y ensalada que só na Argentina sabem fazer, porque os bifes são fininhos e crocantes, nem brancos nem escuros demais, são dourados.São perfeitos!
Sabores que não tem igual, de jeito nenhum, solamente en Argentina, my viejo, podrás comer bien, y muy bien!
E, de sobremesa, uma torta de sorvete com nozes carameladas e calda de chocolate caliente: espetacular!
Tudo em Buenos Aires é bom, mas meu passeio predileto é ir, à noite a Puerto Madero para jantar observando as luzes que brilham sobre o canal costeiro ao Rio da Prata, saboreando un vinito tinto, por supuesto, sem pressa alguma.
Feira de San Telmo com suas antiguidades, visita guiada ao Teatro Colón, são tantas opções e passeios que o tempo voa e, quando nos damos conta, terminou, é hora de voltar para casa.
Claro que tudo, absolutamente tudo, quando estou na Argentina me faz lembrar de minha Mãe Maravilha, que foi quem me levou a Buenos Aires pela primeira vez, e dela herdei o amor e o gosto pelas coisas de sua pátria, ando saudosa de ouvir a língua materna, mas enquanto não me atiro rumo a um fantástico passeio portenho, fico cantando:
Mi Buenos Aires querido
Cuándo yo te vuelva a ver
No habrá más penas
Ni olvido.






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