domingo, 25 de maio de 2014

Solamente Amor

Entre fadas e dragões, em meio a tempestades ou em um dia de sol fantástico, observando as flores que insistiam em brotar desafiando a geada e os dias frios do inverno, Aninha sentia seu coração batendo alucinado de paixão.
Ela não entendia nada daquilo.
Durante algum tempo, tentara conviver com aquele sentimento desconhecido que, a final de contas, não sabia de onde viera e porquê, apenas chegara e entrara sem bater, instalando-se, primeiro timidamente, quase imperceptível, depois foi aumentando até fazê-la transbordar, tomando sua mente, seu coração e sua alma, toda ela vibrando como se fosse o som de uma nota só, e a música era ele.
Em cada minuto do seu dia Aninha imaginava aquele ser, objeto de todos os seus sonhos e desejos e pensava na delícia que seria os dois saírem juntos por aí, rindo muito.
Ela não sabia o que era aquilo e indagou a si mesma, até render-se à verdade: estava loucamente apaixonada, doente de amor,  e o único remédio para a cura era abrir o jogo e empreender aquele voo que prometia ser fantástico.
Talvez ela se estatelasse no chão, mas isso era o que menos importava.
Solamente amor, era o que Aninha queria e ela sabia disso, como também sabia que não tinha saída quando, num dia gelado e cinzento de inverno, lo vio pasar.
Viram-se.
O encanto foi instantâneo, de parte a parte...amigos de toda uma vida, não precisaram sequer falar.
As almas haviam se encontrado. ( De A Árvore das Plumas Vermelhas, Lia Helena Mondadori, 2008)
Discreta e alegremente, os anjos aplaudiram os dois.

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