quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pimenteira Seca

Olho gordo seca até pimenteira, disse-me, certa vez,  um amigo, e tinha razão, assisti ao vivo e a cores uma belíssima pimenteira que tinha num pote, em meu jardim, definhar.
A pimenteira era linda e, naquele dia em que recebi a visita indesejável, estava a exibir-se com suas pimentas que iam do amarelo avermelhado ao laranja e terminavam num vermelho glorioso,  postas entre as folhas verdes.
Antítese da visita, a pimenteira transbordava alegria e pulsava vida.
Exuberante, seria a palavra correta para defini-la.
E, de tão bela, não passou despercebida, e a pessoa olhava-a, insistentemente.
Pois bem.
Dias depois, não sem antes ter-se espatifado sem explicação lógica um prato lindo que era de minha Avó materna e que eu adorava, a lâmpada de cabeceira de meu abajur ter estourado, e o clima em casa ficar mais pesado que pastel de batata, eis que saio ao pátio e vejo que minha pimenteira estava derrubando suas pimentas.
Algumas jaziam, secas, no fundo do pote, enquanto outras pendiam, murchas, dos galhos ressacados.
As folhas, outrora de um  verde brilhante tinham perdido o viço, tornando-se acinzentadas.
Apesar do quadro desolador, mexi na terra, coloquei um pouco de adubo, reguei, mudei o pote de lugar, mas nada, absolutamente nada resolveu, e a pimenteira secou.
Torrou, dilui-se e dela nada mais restou, a não ser uma meia dúzia de galhos que, ao menor contato, quebravam.
Isto é fato verídico, meu amigos, é real.
Foi lá,  naquele tempo, que acreditei que a energia das pessoas tem poder. Elas poderão deixar seu rastro para o bem ou para o mal, para a construção ou para a destruição, para a leveza ou para o peso, uma vibração boa ou altamente maléfica,  a lista é longa.
Por isso, não custa nada custa carregar algum amuleto, algo que não fará mal a ninguém e que, em tese, talvez nos proteja do famigerado olho gordo, lamentavelmente tão presente em tanta gente.
Não sei se olho gordo e inveja são irmãos gêmeos, parentes próximos ou primos.
De qualquer forma, são sentimentos que considero execráveis, não suporto, simplesmente causam-me horror.
Por isso, ando com meu Terço e dele não me separo jamais, para dormir e quando acordo, a primeira coisa que faço é segurá-lo entre as mãos, vai para a bolsa, sai da bolsa, viaja comigo e andamos juntos por este mundão de Deus.
Meu Terço, meu amparo.
Basta prestar atenção para notar, claramente, a intenção maldosa da pessoa, que se entrega pelo olhar.
Entretanto, a fé nos deixa serenos e nos dá a firmeza necessária para repelir esse tipo de gente.
Vade retro!





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