segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ida Ao Dentista

Para mim, ir ao dentista é algo como uma odisseia no espaço, não gosto, abomino.
Não é medo, é trauma, e nem vou contar a vocês os detalhes sórdidos, que não vem ao caso.
Minha consulta estava marcada para hoje, tinha que ser hoje, e de hoje não podia passar, ponto e fim de linha.
Convidei o Juruna pra ir comigo e é obvio que ele não quis...garoto esperto!
Parenteses: certa vez fiz  essa piadinha do Juruna, mais velha que andar para a frente e minha amiga, de olhos esbugalhados, perguntou: Juruna? Que Juruna? Ai meu Deus do céu, ela não sabia quem era o Juruna!
Detalhe técnico: meu dentista fica em Uruguaiana e, para meus amigos de longe, explico: Uruguaiana fica a 90 Km de Itaqui.
O dia amanheceu tão emburrado quanto eu: cara fechada, escuro e uma neblina fria e fina completavam o quadro.
Saí, não sem antes, na hora da arrumação, colocar minha corrente com o pingente de São Jorge que minha filha Rita me deu, mas confesso que fiquei na dúvida, São Jorge ou Nossa Senhora Aparecida? Optei por São Jorge, afinal, estava indo enfrentar o dragão, aliás, o dentista.
Brincadeira, meu dentista é um homem finíssimo, profissional super competente e conhecido em toda a região, excelente pessoa.
A sequelada aqui sou eu.
Rumamos, meus CDs, meu mau humor, o dia feio e eu a Uruguaiana, até pensei em colocar um cedezinho mas o clima, dentro e fora do carro, não combinava com nenhum tipo de música, apenas com meus resmungos.
Sentei como sempre sento na sala de espera e começo a procurar meu terço dentro da bolsa e a pedir que me protejam e ali fico rezando com cara de ré, imaginem o tamanho do fiasco.
Eis que abre-se a porta e surge o dra...,  naõooo, o dentista.
Eu tento sorrir, claro, melhor que nunca tenham me filmado numa hora dessas, devo ter saído com uma cara horrorosa.
Hoje foi diferente.
Mal entrei na sala, uma imensa bandeira da Argentina estava posta sobre a bancada.
Bandeira da Argentinaaaa, moríte!
Esse fato já me fez relaxar quase que completamente, mais ainda quando ele, todo feliz, me disse que torce para a Argentina, que é fanático pela azul y blanca...resumo da ópera: anestesiei sem tomar anestesia, se é que me entendem.
Aquele papo sobre la pátria teve um poder sobre mim melhor que muito anestésico, não senti nada e, quando vi, terminou, tchau, até a próxima.
Saí dali em estado alfa, passei na padaria, onde comprei uns biscoitinhos,  e me mandei pra Itaqui.
Na estrada, vinha rindo à toa e, iniciando a seleção musical, Natiruts, que é só alegria.
Quando passei pela ponte do Ibicuí, o Sol cintilava sobre as águas.
Para arrematar, What a Wonderful World, na voz de Rod Stewart, mas aí sim, viajei legal, fui até o Chile, dei uma volta por Bariloche, me encantei com as montanhas e com a neve,  e voltei.
Dentista?
No se, me olvide, ni me acuerdo.

Ótima semana a todos!


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