sexta-feira, 27 de junho de 2014

Meu Pequeno Milagre - II

Foi no mês de outubro de 1985 que, por um erro médico, quase fui parar no andar de cima com apenas 24 aninhos, deram-me uma medicação errada e, em razão disso, passei mal.
Muito mal.
Fazia uma meia hora que tinha tomado o tal remédio e senti que meus músculos ficaram retesados e sem movimento; estava em pé, queria sentar; sentava, queria levantar. Não conseguia quase falar, minha boca enrijeceu e assim fiquei por um bom par de horas até que fui a outro médico e este deu-me o remédio que seria o antídoto.
Seria.
Ao invés de tirar o efeito do medicamento anterior, potencializou-o.
Passei uma noite dos infernos, queria falar e minha voz não saía, tentava caminhar e não sentia as pernas, até que, lá pelas tantas, consegui me arrastar até a sala onde estavam meus pais e não falava, apenas pedia socorro com o olhar.
Lembro tão bem do desespero de meu Pai que, de imediato, ligou para Porto Alegre, para meu irmão mais velho, que morava lá, e este lembrou de um terceiro médico, enfim,  meu Pai falava e gritava e gesticulava, freneticamente, e eu ali, prostrada.
Meu irmão Edgard ligou para o médico e, de lá do Portinho, veio a receita que me salvou, meu Pai saiu em desabalada carreira rumo à farmácia e voltou e tomei o remédio que, quase de imediato, começou a fazer efeito, tirando-me daquele mundo nebuloso onde eu estava.
Entretanto, a coisa não seria tão fácil assim.
Levaria 25 dias até que o efeito do medicamento anterior saísse do meu organismo.
Emagreci 9 quilos em 28 dias.
Uma enfermeira me dava banho e levava a comida a minha boca, somente líquidos, pois eu não conseguia mastigar e nem engolir.
Caminhava arrastando os pés e apoiada em alguém, não tinha equilíbrio.
Certo tempo depois, minha tia Maria Luisa, minha adorada tia Mary, veio do Alvear e me trouxe uma estampinha com a novena de Nossa Senhora de Itati.
Conversamos muito, minha tia e eu, e ela me contou toda a história da Virgem, e do quanto era devota e dos tantos milagres alcançados.
Comecei a novena.
No nono dia, acordei bem.
Muito mais disposta, consegui caminhar sem o apoio da enfermeira.
Pedi para tomar um banho sozinha, ela foi comigo, preocupada, mas tomei meu banho tranquilamente, devagar, é verdade, mas consegui fazer todos os movimentos.
Consegui comer um purê de batatas com caldo de feijão, comi avidamente, pois fazia 25 dias que só tomava líquidos.
Era um dia lindo de sol, e eu quis sair para o pátio da nossa casa, depois para a rua.
Caminhei, depois de 25 dias acamada, sentindo o sol que banhava meu rosto, olhando o céu azulzinho do Itaqui, a grama verde sob os pés, as flores nos canteiros de minha Mãe...
Observava tudo que me cercava com um encantamento que não conseguiria explicar.
Tua recuperação foi um milagre, foi o que me disse o médico de Porto Alegre, 30 dias após o fato.
Outro milagre em minha vida!
Virgen de Itati, Madre de Diós, ruega por nosotros.
Muchas gracias, Madrecita!



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