segunda-feira, 9 de junho de 2014

Salve, Argentina!

A colunista Martha Medeiros escreveu, em ZH de ontem(8/6) que, cada vez que escuta um brasileiro dizendo que vai torcer pela Argentina ou por qualquer outra seleção que não a nossa, não consegue evitar o muxoxo.
Que pena, Martha! Cuidado para não entortar a boca de vez, amiga!
Torço para a seleção da Argentina, tenho camiseta, bandeira, canto o hino e sou fanática pela azul y blanca, adoro os hermanos.
Bem se vê que a nobre colunista não mora na Fronteira, talvez nem desconfie de quantos casamentos aconteceram e acontecem com as bênçãos do Rio Uruguai, da ligação entre brasileiros e argentinos, afetos tecidos e entrelaçados  que, sem dúvida, nos deixam com um duplo coração.
Eu, como neta,  filha e sobrinha de argentinos não tenho como não carregar la pátria en el alma, criada que fui en las tierras de allá, que considero tão minhas quanto as do Brasil.
Só quem traz no sangue a dupla nacionalidade consegue entender como funcionam esses dois amores.
Cada vez que a Argentina entra em campo eu, sentadita no sofá com minha bandeira ao lado e de camiseta posta preparo-me, solenemente, para entoar o hino argentino, por sinal, belíssimo, e não consigo terminar a última estrofe sem chorar.
Lembro de minha Mãe maravilha, é claro.
Lembro de quando ela dizia, o peito estufado, " mirá, nena, me dijeran que tengo que me naturalizar brasileña, imagínate! Eso, jamás, mi país es Argentina, eso seria traicionar a la pátria!
E bufava de braba!
Esse amor todo pela Argentina, por seu povo, por tudo que é fabricado na outra margem do rio, ela me passou antes mesmo de eu ter nascido, e carrego-o com um orgulho bárbaro.
Torço para o Brasil, é óbvio.
Mas torço, igualmente, para a Argentina.
Que venha a Copa, e que vença o melhor.
Se for o Brasil, espetáculo!
Se for a Argentina, não nego, sentir-me-ei nos píncaros da glória!
Al gran pueblo argentino, salud!




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