terça-feira, 8 de julho de 2014

Serviços Cartoriais

Alô, alô, você aí que precisa ir ao cartório do registro de imóveis ou ao tabelionato,  prepare o seu coração, vou te dar esta dica preciosa,  e é de graça: toma um calmante antes de ir, e outro depois que sair de lá.
Também aviso que remédio de china velha não serve, tem que ser aqueles faixa preta que ainda não comprei, portanto, meus Cereus Purpúreos de nada me valeu, nem ontem,  nem hoje.
E na semana passada também não.
Precisei organizar uma documentação e, para tal, tive que ir, obrigatoriamente, nos dois cartórios, no registro civil e no de imóveis.
Nem preciso dizer, pois é o óbvio ululante, que até o suspiro que a gente dá, tem que pagar.
São os emolumentos.
Tá.
Fui ao cartório num dia em que me sentia muito bem, porque me conhecendo como me conheço, podes crer que, após tais diligências, o mau humor pega.
Por tal razão,  me preparo psicologicamente com algum tempo de antecedência,  amanhã preciso ir ao cartório...e já começo a sentir, de antemão, um certo incômodo.
Quando dou por mim, estou suando, a menopausa me adora, ela se instalou neste corpo e não quer sair daqui de jeito nenhum.
A gente entra no local, pega uma ficha e espera.
Enquanto isso, portas batem com estrondo; gozado isso, as pessoas entram e saem e plá, plá, plá.
Continuo esperando.
Lá pelas cansadas vem o servidor atender, muito gentil e educado, devo registrar.
Mas, como aquela piadinha infame que minha tia Albita contava, de um célebre pintor que recebera uma encomenda de uma madame e nada ficava bem, ela sempre queria que acrescentasse algo mais na tela, até que um dia  pegou o pintor com a guampa virada e ele tascou, senõra, no quiere que le pinte un pajarito cagando? assim é a documentação que você precisa juntar: sempre falta acrescentar algo, falta a merdinha do passarinho, entendeu?
E aí, ficamos andando de um cartório para o outro, pois num nos dão a lista, em outro, reconhecem a firma, depois você volta com a lista e...bom, faltou a notinha e o parafusinho da ribomboca da parafuseta.
A estas alturas, vocês, meu queridos amigos, já estão cansados de ler esta postagem.
E eu?
E eu, hem?
Pois é.
Eu contei até 100 para não dar um chute na parede(por sorte me controlei  e pensei que  não iria estragar minhas belíssimas botas novinhas em folha), ou  parar na porta do cartório e gritar manhêêê, socorroooo.
Não, nada disso.
Segui impávida, embora suando como uma condenada, peguei os papéis, assinei tudo, sempre sorrindo, mudinha da silva, devem ter pensando, que pessoa mais gentil...pobrezinhos.
A procissão ia por dentro.
Depois de tudo que passei  precisaria, urgentemente, de uma banheira de sais!
Só que não tenho banheira.
É como eu digo, pobreza é fogo!
Mas, como sou uma otimista inveterada e acredito, piamente,  que poucas lágrimas são derramadas com o estômago cheio, passei na padaria, comprei um pãozinho estalando de novo, cheguei em casa e tomei um lauto café com leite, muito bem acompanhado de um ovinho frito.
Preciso ir ao cartório?
Tomara que seja só na próxima encarnação!



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