domingo, 13 de julho de 2014

Soy Loca Por Ti, Argentina!

Por que torço desbragadamente para a Argentina?
A primeira resposta é óbvia: porque minha Mãe era argentina.
Mas isso é apenas a ponta do iceberg, o primeiro dos incontáveis motivos.
Minha Mãe era argentina, nascida no Alvear, Província de Corrientes, cidade que fica do outro lado do Rio Uruguai e faz fronteira com Itaqui.
Meu pai foi a um baile em Alvear, isso lá em 1944, caiu de amores por minha Mãe e, em 1945, casaram-se.
Ali começou uma história de amor que durou 59 anos, até que os dois foram embora;  ele, em 3 de setembro de 2003, ela, dia 11 de novembro do mesmo ano.
Como duas almas gêmeas poderiam viver longe uma da outra?
Então me criei aqui no Itaqui mas em estreito contato com minha família de allá, com os que estavam do outro lado do rio.
Com 7, 8 anos, eu sabia de cor o Hino Nacional da Argentina, sabia o dia da Independência, o Hino da Bandeira, quem foi Belgrano, quem foi San Martín, o nome de todas as Províncias e suas capitais, o número de habitantes.
Minha Mãe e minhas tias maternas, Alba Mercedes e Maria Luisa, ambas professoras, me ensinaram tudo.
Tudinho.
Minha Mãe me ensinou o que não estava nos livros que minhas tias me davam para ler: o amor pela Argentina, sua Pátria.
Que coisa maravilhosa, como aprendi tanto com ela, aquela pessoa doce e fantástica que era minha Mãe.
Pois ela me ensinou a nadar no nosso Rio Uruguai, que ela adorava, me levou para conhecer Concórdia, Buenos Aires e seus bairros, Santa Fé, Apostoles, Posadas, Córdoba, Corrientes e tantos outros lugares.
Com ela eu ia para o Alvear assistir aos desfiles do 9 de Julio, a data da Independência.
Frequentava a Missa, onde cantavam o Hino da Bandeira.
Com ela sofri quando houve aquela repressão tremenda dos militares e não podíamos ir visitar os parentes, era muito perigoso, meu pai não deixava, recebíamos notícias através de cartas que levavam meses para chegar.
Minha mãe chorava baixinho.
Chorava de saudade e de pena de sua Pátria.
Como não vou amar, apaixonadamente, a Argentina?
Só isso bastaria, mas tem mais, muito mais.
Os amigos, os amores, a comida, a música.
A história da minha vida!
A Argentina, sem sombra de dúvida, está tão dentro do meu coração e é tão minha quanto o Brasil.
Por isso hoje, nesta final de Copa do Mundo, vou parafrasear o Colunista Moisés Mendes (ZH, 11 de julho de 2014):
Sim, eu torço por ti, Argentina!





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