quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A Força do Abraço

Era um daqueles dias perfeitos: céu azul sem nuvens, sol brilhado sobre todas as coisas, iluminando e aquecendo o coração das pessoas, temperatura na casa dos 20 graus.
Estava tão lindo, aquele dia, que Juliana sentia vontade de sair cantando e dançando rua afora, apenas para celebrar a alegria de estar viva e de ter a ventura de poder desfrutar a pleno daquela dádiva da natureza.
Um dia espetacular!
Não soube dizer, tempos depois, se foi o clima do dia.
Pode ser...
O que vinha procurando há tanto tempo,  justo naquela tarde ensolarada, Juliana encontrou.
Ela era uma menina solitária e introvertida,  e o único amigo que lhe fazia rir e sair de dentro de si mesma, onde se escondera como forma de proteger-se das desilusões era seu colega de faculdade que, por essas obras do acaso, chamava-se Juliano.
Juliano e Juliana.
Eles formavam uma dupla e tanto: ela, com seus longos cabelos castanho claros, alta, magra, de feições delicadas, nariz reto e pequeno e boca carnuda; ele, igualmente alto, cabelo preto e olhos idem, sorriso aberto, escancarado, vozeirão.
Ela era tímida e ele, extrovertido.
Estudavam juntos, no mínimo, três vezes por semana e, nos finais de semana, separavam-se e cada um ia para seu canto, ele com seu grupo de amigos e Juliana, quieta,  vendo a caravana passar.
Quando chegava a segunda feira, tinham tantas novidades para contar um ao outro e era tal a felicidade que sentiam quando se viam que abraçavam-se longamente.
Eram amigos, eram irmãos, partilhavam sonhos, segredos, podres, fofocas, mas, acima de tudo, a leveza.
Sim.
Quando estavam juntos nem sentiam o tempo, que passava depressa.
Quando se davam conta, terminara o dia e então iam embora, caminhando de costas, ou olhando para trás, acenando-se até desaparecerem.
Foram dois anos naquele ritmo de uma amizade intensa, daquela simpatia mútua que sentiam e nem sabiam de onde vinha e muito menos qual seria a explicação para aquele sentimento, e para quê?
Estar lado a lado bastava.
Pois naquele dia de sol, Juliana decidiu sair de casa para dar uma volta e apenas andar.
Caminhar sem pressa e direção.
Ela precisava sair e andar por aí, apenas isso.
Observava as flores, ouvia os pássaros, olhava as pessoas, e tudo lhe parecia mágico.
E pensava em Juliano, e em como seria maravilhoso se seu amigo/irmão aparecesse naquela hora para compartilharem juntos aquela caminhada.
Juliano, por seu turno, estava em casa estudando quando, de repente, sentiu uma vontade louca de sair e andar por aí,  de caminhar sem pressa e direção.
E pensava em Juliana, e em como seria maravilhoso se sua amiga/irmã aparecesse naquela hora para compartilharem juntos aquela caminhada.
Encontraram-se, dois quarteirões depois e caíram, ambos, nos braços um do outro.
Nada a dizer, nada a declarar.
Apenas a força daquele abraço interminável foi suficiente para selar, em definitivo, o amor dos dois!
.





Nenhum comentário:

Postar um comentário