sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cuidadores

Nunca lidei bem com questões que envolvem crianças.
Não sei qual é a razão disso, considerando que tive uma infância feliz e, talvez esteja aí a explicação para minha dificuldade em entender certas coisas e, muito menos, aceitar outras.
Vejo pessoas abnegadas que cuidam de fundações que abrigam menores, vejo pessoas que estão lá pelo simples prazer de ajudar seu próximo e de dar um pouco de afeto àqueles que não tem a fortuna de possuir família e lar.
Deve ser uma tarefa árdua, mas extremamente gratificante, apesar dos incômodos que costuma gerar, pois sempre tem alguém que não só não ajuda como atrapalha.
Por sorte, creio que são a minoria.
Vulneráveis são essas crianças e adolescentes jogados à própria sorte em abrigos, em casas de passagem, ou recolhidos pelo Estado para cumprir medida sócio educativa.
Que tarefa ingrata deve ser a de tantos cuidadores dessas pessoas que se encontram à margem da sociedade, tendo que explicar o que não se explica, tendo que ensinar aquilo que deveria ser feito por pai e mãe.
Então, pergunto: por que não param de fazer filhos?
Francamente, em pleno século 21, essas mulheres ainda não aprenderam que transar engravida?
Não entendo e não aceito que mulheres larguem seus filhos por aí, e que Deus os ajude.
Quem os ajuda, também, são essas pessoas que referi.
É uma rede de proteção bastante eficiente, mas nunca é suficiente.
Pois, na mesma medida em que chegam crianças abandonadas e são atendidas e abrigadas, outras já estão nascendo e  talvez esse ciclo nunca pare.
O que tem que parar, efetivamente, é de ter filhos de forma irresponsável.
Fico pensando o que vem à cabeça desse tipo de mulher, que tem a coragem de deixar seu bebê sem nada, sem alimento, sem abrigo, sem amor.
Precisei atender uma determinada situação que envolve menores, e isso me deixou mal.
No sentido que vi um outro lado do ser humano e não gostei e quem, em sã consciência, gostaria?
Foram três dias de trabalho num ambiente hostil, ao qual precisei me adaptar por força da profissão e da tarefa que me foi designada, só que não, e a  gente precisa ter a humildade de reconhecer que, para certas coisas,  não funcionamos bem.
Uma engrenagem complicada, é tudo que posso dizer e concluir.
Entretanto,  ficou  claro para mim que, por mais que pais abandonem seus filhos, sempre haverá alguém disposto a realizar essa tarefa inglória de cuidar filho alheio que está ali hoje,  mas amanhã poderá ir embora, desatando, novamente, os frágeis laços afetivos criados.
Um trabalho e tanto, que nem sempre tem o devido reconhecimento.
Mas, certamente, digno de muitos aplausos.

Um final de semana ótimo a todos!









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