sábado, 16 de agosto de 2014

Marina Morena

Esta postagem é dedicada a minha filha Marina, uma guerreira de primeira linha.
Quem sai aos seus não degenera, e orgulho-me em dizer que a Marina tem muito daquela mistura de sangue italiano com espanhol, muito embora seu pai seja de origem alemã.
Perdonáme, Ruy Armando, mas nossa filha Marina é 100% Fernández  Mondadori.
Meu casamento tinha terminado há três meses, e me vi grávida e sozinha.
Teve até uma cretina melancólica, uma amiga muy amiga que se prestou para ligar pra minha casa, sugerindo que eu não tivesse aquele bebê.
Não vou reproduzir aqui tudo o que ela escutou - é impublicável.
Quando desço do salto, abrem-se as latrinas.
Bem assim.
Eu mantinha com meu bebê longos diálogos e sempre dizia a ela que iríamos vencer e que ela seria uma guriazinha linda, inteligente, danada de esperta.
E cantava para ela a música da moda: Marina, morena, Marina, você se pintou...Marina você já é bonita com o que Deus lhe deu...
Quando a Marina nasceu, fui para o Hospital de táxi, as 3 da manhã de uma quinta feira, e rapidinho surgiu minha guria, forte, berrando muito, o rosto vermelho de tanto gritar.
A Marina sempre foi assim, determinada.
Na dela, mas quando abria a boca, era para fazer uma observação poderosa.
Ela sempre, sempre foi assim.
Hoje faz 1 ano que minha filha Marina colou grau em Engenharia Química pela PUC-RS, e como lembro dela, com suas fórmulas de metro e meio, estudando, estudando, estudando.
Cinco anos de muita ralação.
Andava com uma calça jeans e uma blusa, o cabelão ondulado e castanho claro, quase loiro, preso a um rabo de cavalo, as unhas curtas e sem nenhuma pintura.
Não tinha tempo para nada, a não ser para estudar.
Fazia inglês à noite, uma vez por semana.
Estagiou na Sema, na Fepam,  na Epcos; tirou 9,8 no Trabalho de Conclusão de Curso.
E, apenas um dia antes de colar grau, foi contratada pela empresa John Deere, onde trabalha há um ano.
Um tempo antes da formatura, eu estava pensando de que  forma poderia dizer a ela alguma coisa que expressasse o meu amor, que resumisse seu jeito, algo que ela gostasse.
Não sei se ela gostou, mas o que saiu foi este pequeno poema, que compartilho com vocês:

Para Marina

Num dia lindo,
de sol brilhante e céu azul profundo,
em nossa casa, o lugar mais bonito deste mundo,
estava eu pensando pensando
na melhor forma de te homenagear,
e resolvi dizer-te
através da poesia, 
que és, Marina
feita de amor e de alegria,
murmúrio do mar,
doce brisa que perfuma nossos dias.

Em setembro nasceste,
colorindo ainda mais a primavera
e antes que chegasses já soubera eu,
que grande guerreira e especial serias.

A determinação,
tua marca registrada
e a perseverança,
aliadas à vontade de vencer,
desde sempre deixaram antever
os caminhos que trilhar escolherias.

E por certo que a Química 
da tua Engenharia
tem muito de magia,
aliada esta às fórmulas que servirão
para tornar melhor e mais felizes nossas vidas.

Sem delongas, então,
para encerrar estas palavras
que com amor de mãe escreveu meu coração,
desejo-te a melhor das sortes.
Faz da honestidade o norte
que apontará os caminhos em tua profissão.
Honra o nome e o sobrenome
que teus avós e teus pais te deram,
e o Diploma sagrado que hoje recebeste,
doce fruto de tua árdua semeadura.

Estuda, continua a aprender. 
Afinal, o saber não ocupa lugar.
Luta sempre por teus sonhos 
e não transijas, se razão te cabe
pois bem sabes
que o sabor da vitória é inigualável!










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